Tema da semana : Amores, " Migalhas ".

'Não foi esse o mundo que você me prometeu. Que mundo mais sem graça, mais confuso que o meu.'

E o meu orgulho se esvairava a cada toque que eu dava e não era atendida, com cada msg que as respostas não supriam o vazio que a ausência me causava. Me sentia só, quando menos deveria.. Não que eu não estivesse realmente sozinha naquele momento, mas geralmente, só o calor que a pessoa deixa mesmo não estando, já nos faz compania. Os gritos que eram para ter ficado em uma caixa acústica, bem fechada e chamada Passado, conseguiram se libertar: voltaram a me assombrar. A angústia tomou conta do meu peito, como se fosse um ácido dos mais tóxicos e inaláveis, corroendo, ferindo. Me vi em uma cena que não era para ser repetida, uma das piores da minha vida: me encolhi em posição de feto, para tentar me esquentar com meu próprio calor, e só o que eu consegui foi um grande arrepio e lágrimas caindo no meu rosto. Me lembro perfeitamente das últimas vezes que chorei por amor ou pela falta de, e me lembro bem também das promessas que me fiz quando me vi caindo em um abismo que eu não merecia: nunca mais vou chorar por quem não merece. Depois dessa promessa, comecei a gostar das pessoas, mas aprendi que antes de tudo eu deveria ME amar, á partir daí então, virei outra pessoa. Bem resolvida, focada, um tanto quanto fria, cara de pau, independente, auto-suficiente em muitos aspectos, e se você quer saber mesmo.. Me tornei frígida! Tive vários casos, e pra falar a verdade.. Não vejo nada em que puderam me acrescentar. Chorei sim ao término de todos eles, confesso.. Mas nada que uma outra aventura não fizesse eu superar. Foi quando eu comecei a me acostumar, e parei de me apegar. Assumo que não foi uma das melhores experiências que eu já vivi, não tem coisa pior do que você estimular o sentimento em alguém, sem se envolver, sem ser estimulada também. Mas era bom, eu tinha um companheiro, que deixava tudo que precisava se fosse para estar comigo. Que passava por cima do que precisasse pra me ver bem, que dava tudo o que podia para ficar ao meu lado. Mas mesmo assim, não era o bastante pra mim, eu sempre quis mais, e fui procurar isso. Achei, eu pensava/penso que achei. Senti um dos melhores sentimentos do mundo, a reciprocidade! Ou vai ver que ela nunca existiu mesmo, que foi só um fato que eu criei na minha cabeça como eu fiz por diversas vezes. Entreguei tudo o que eu poderia entregar: corpo, alma, tempo, espaço.. ME entreguei. Fiz tudo o que jamais meu orgulho deixou que eu fizesse: demonstrei, corri atrás, liguei e falei coisas que nunca havia falado pra alguém (e que vou pensar MUITO antes de fazer isso novamente). Me disseram que quando fazemos tudo isso, as pessoas tendem a se acostumar, que ficamos presa fácil, que já sente que você está na mão e que não precisa mais fazer nada. Acho isso uma teoria muito engraçada.. Po, acho tudo isso tão bom, tão engrandecedor! É tão bom falar para uma pessoa o quanto você gosta dela e o quanto ela te faz bem, e é tão bom quanto escutar isso! Então porque será que poderia associar esse descompromisso todo á comodidade? Sou totalmente a favor daquilo que dizem que, para ter alguém, tem que consquistá-lo todo dia. Não quero mais me sentir perdida, sozinha e angustiada. Nunca mais! Eu quero me sentir inteira, quero sentir-me a Anny Jessika que eu sempre fui. Se eu sentir que não estou tendo isso, faço o que sempre fiz: deixo pra lá, ergo a cabeça, e sigo em frente!.